Alunos são impedidos de entrar em escola por causa de aluguel atrasado
Alunos e funcionários da Escola Estadual Cunha
Bastos, em Rio Verde, no sudoeste de Goiás, se
depararam com o portão da instituição de ensino soldado na manhã desta
quarta-feira (30). Segundo o proprietário do imóvel onde o colégio funciona,
Valdomiro Valeriano de Morais Filho, esta foi a forma que ele encontrou para
cobrar o aluguel da Secretaria Estadual de Educação (SEE), atrasado há oito
meses.
“Se eu não pago o IPVA do meu carro e estiver
transitando em vias na cidade, eles vão apreender meu carro. Se eu não recebo o
aluguel, como eu vou ter condições de pagar os meus impostos em dia sendo que o
governo cobra juros e tudo? Por isso, não vou deixar usar o prédio enquanto não
efetuarem o pagamento”, afirma. Segundo ele, o valor dos aluguéis atrasados já
chegam a R$ 47 mil.
Esta é segunda vez que Valdomiro toma a drástica
medida de impedir a entrada no prédio em menos de um mês. A escola funciona em
período integral e atende alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental. Com o
portão lacrado, cerca de 150 pessoas precisaram voltar para casa sem saber
quando poderão voltar a estudar ou trabalhar.
O impacto com a paralisação das aulas chega até nos
comerciantes locais. É o caso de Adaílson Fernandes, que fornece o lanche para
a escola. Hoje, todo o pão de queijo produzido foi dispensado. “Não tem como
trabalhar, o que vou fazer com esse pão de queijo aqui agora?”, questiona.“Hoje
eu saí cedo para ir trabalhar e de novo a minha filha volta para casa. Ninguém
avisou que não tinha aula. Está uma vergonha essa escola”, reclama a professora
Selena Nascimento. Para os alunos, além de um desestímulo ao estudo, a situação
representa falta de respeito. “Acaba também desrespeitando a gente. Que a gente
chega em casa, se não avisar os nossos pais acabam achando que nós fugimos da
escola, voltou mais cedo”, afirma o aluno Jales Quintianiano.
Em nota, a Secretaria de Educação de Goiás afirmou
que em dez dias fará o pagamento dos oito meses de aluguel atrasado. Já a
Subsecretaria de Educação de Rio Verde afirmou que entrou em contato com o
proprietário do imóvel para tentar um acordo que permita retornar as aulas
imediatamente. Os dias letivos perdidos, segundo a instituição, vão ser
repostos.
Fonte: G1
Imagens TV Anhanguera