Operação prende suspeitos de aplicar golpes bancários em 4 estados
A Polícia Civil realiza na manhã desta segunda-feira (11) uma megaoperação para prender suspeitos de aplicar golpes milionários em bancos. A ação acontece nos estados do Rio de Janeiro, Paraná, Bahia e Espírito Santo. No Rio, os agentes visam cumprir 15 mandados de prisão e 28 de busca e apreensão. Até 7h30, pelo menos quatro pessoas tinham sido presas.
Por volta das 6h30, policiais da 54ª DP (Belford Roxo) — que coordena a ação —, prenderam Rogério Manso Moreira, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Segundo o delegado Felipe Curi, Rogério, que é ex-candidato a deputado, agia como lobista com o primo, o irmão e o tio - todos também presos-, para arrecadar dinheiro.
De acordo com o delegado, os integrantes da quadrilha faziam a proposta para que pequenas empresas fizessem um trabalho para a prefeitura. No entanto, em troca, esses microempresários tinham que aumentar o capital da mesma. Para que isso acontecesse, eles faziam grandes empréstimos nas instituições financeiras.
Caminhões adquiridos
O delegado explicou ainda que os empréstimos variavam de R$ 1 mihão a R$ 3 milhões e, com isso, a quadrilha adquiriu 82 caminhões, que estão espelhados pelo país e foram comprados com a finalidade de lavar o dinheiro.
A megaoperação conta com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da 56ª DP (Comendador Soares), 64ª DP (São João de Meriti), 51ª DP (Paracambi) e 50ª DP (Itaguaí).
Sigilo bancário e fiscal
Ainda segundo o delegado, a polícia quebrou o sigilo bancário de 35 empresas e 173 contas correntes foram analisadas. Além de 36 contas interceptadas e 70 mil registros entre ligações e mensagens.
O empréstimo variava de R$ 50 mil a R$ 200 mil. "Eles precisavam de empresas com CNPJ antigos para dar continuidade aos empréstimos e quando essas empresas não conseguiam arcar com o valor pego no banco, eles colocavam um laranja deles como sócio dessas empresas. Esses laranjas na maioria das vezes eram pessoas analfabetas", relatou.
O delegado disse ainda que com este esquema, empresas que tinham o capital inicial de R$ 20 mil passavam a ter R$ 5,7 milhões.
A investigação durou sete meses e os presos responderão por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, estelionato e falsidade ideológica.