Desde junho de 2013, 126 jornalistas sofreram agressão



Jornalistas foram alvo de 126 atos de agressão desde o início da onda de manifestações populares por todo o País, em junho do ano passado. O balanço foi apresentado nesta terça-feira(11), por representantes das empresas de comunicação brasileiras ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em reunião realizada em Brasília. No encontro, os empresários do setor demonstraram "preocupação" com o "despreparo" da atuação policial durante as manifestações. Também defenderam a federalização de crimes cometidos durante os protestos e também em situações de assassinatos de jornalistas por motivos como narcotráfico, agiotagem ou disputas políticas. A reunião ocorreu depois da morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade, de 49 anos, atingido por um rojão enquanto realizava a cobertura de uma manifestação no Rio de Janeiro na última quinta-feira (6). Santiago teve morte cerebral declarada na manhã desta segunda-feira (10). "O enfrentamento desse tipo de movimento exige uma força especial", afirmou o presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Carlos Fernando Lindenberg Neto. "Essas reações de excesso da polícia, acredito que não são da natureza do policial, mas da circunstância do momento, por falta de preparo", ressaltou. Durante o encontro, o ministro disse que vai discutir na próxima quinta-feira(13) em reunião a ser realizada em Aracaju, propostas que recebeu nos últimos meses para enfrentar a violência nos protestos. Entre as propostas estão a federalização de alguns crimes, como os cometidos contra jornalistas, e medidas para impedir o anonimato dos manifestantes. Em entrevista coletiva, Cardozo evitou dizer quais das ações que irá defender no encontro, embora já tenha afirmado - como ele próprio ressaltou - entender que a Constituição proíbe o anonimato nos protestos.

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