Bahia: Delegados alertam para ação de estelionatários no fim de ano
Ela é apenas uma das vítimas de estelionatários, que aproveitam o período de festas de final de ano para agirem. De acordo com o titular da Delegacia de Repressão a Estelionatos e Outras Fraudes (Dreof), Oscar Vieira de Araújo Neto, o número de ocorrências desse tipo aumentam de forma considerável em novembro e dezembro.
A Polícia Civil do Estado não contabiliza o número de ocorrências relacionadas a este tipo de crime. "Como as denúncias podem ser registradas em qualquer delegacia territorial, não é possível quantificar o número de casos", explicou Araújo Neto.
Para o delegado, o recebimento do 13° salário é um dos fatores que motivam a aplicação dos golpes. "Nessa época, as pessoas recebem mais dinheiro, o que é um prato cheio para viabilizar esse tipo de delito", disse.
Falsas ofertas
No entanto, segundo o delegado, são frequentes, também, outros tipos de golpes, como os que envolvem anúncios falsos de venda de produtos, planos de saúde e seguros de vida.
"Geralmente, os estelionatários anunciam em jornais e, quando a pessoa entra em contato, eles oferecem valores altíssimos para empréstimo. Mas, a condição para que sejam liberados é que a pessoa deposite, em uma conta bancária, uma quantia em dinheiro", afirmou.
Há, ainda, casos de criminosos que utilizam como arma histórias comoventes, envolvendo crianças, idosos, doentes e portadores de deficiência. Foi assim que a funcionária pública Gisele França, 42, perdeu pertences e documentos importantes no último dia 9 de novembro.
Gisele saía de um banco, situado num shopping de Salvador, quando foi abordada por um senhor de meia idade que pedia dinheiro para comprar uma passagem para o filho, que precisava viajar para um tratamento de saúde.
"Era um senhor simpático, educado, que se dizia pobre, humilde. Me sensibilizei e, enquanto tentava encontrar minha carteira, ele se ofereceu para segurar minha bolsa e desapareceu sorrateiramente", contou.
Perfil
Bem vestidos, com boa aparência e grande poder de convencimento. Assim o titular da 16ª Delegacia Territorial (Pituba), Nilton Tormes, define o perfil dos estelionatários.
"Esse tipo de criminoso tem sempre o papo agradável. A vítima se deixa levar por falsas promessas e vantagens, como altas quantias de dinheiro. Inocentes, as pessoas se deixam levar pela atração pelo dinheiro e vão se entregando, deixando pistas e acabam caindo no golpes", afirmou.
Segundo ele, mulheres e idosos são as vítimas mais frequentes, pois, para os golpistas, são alvos fáceis.
O rastro deixado pelo dinheiro utilizado no pagamento dos estelionatários é a principal pista para chegar até os criminosos. Conforme o titular da Dreof, Oscar Vieira, dentre as principais formas de investigação, a quebra de sigilo bancário do golpista é uma das mais eficazes.
"Na maioria das vezes, fraudadores e estelionatários não agem sozinhos. Quase sempre há um grupo por trás, dando suporte. Por isso, tentamos pegar o intermediador do golpe até chegarmos aos demais integrantes da quadrilha", disse.(A Tarde)